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e tomando a mão de Eduardo, disse-lhe com efusão:

– Perdoe-me, meu amigo; agora vejo que fui um grosseiro, um estonteado. Mas o senhor bem deve saber, que onde há amor há ciúme, e eu... não posso negar, quero um bem a minha prima... o ciúme é um inferno... faz a gente dar por paus e por pedras sem saber o que faz... arre! cruz!... eu mesmo estou envergonhado... mas esqueçamo-nos disso, sr. Eduardo; aperte esta mão, e fiquemos amigos como dantes.

– Pois não, senhor Roberto; amigos sempre como dan­tes. O senhor tem toda a desculpa; o caso não era para menos. Mas espero, que fique firmemente, acreditando que eu nem de leve sou capaz de faltar ao respeito nem desencaminhar a quem quer que seja, quanto mais a senhora sua prima a quem tributo o maior respeito, simpatia e até admiração, que de tudo isso ela é merecedora, mas sem a menor dose de amor, porque como já lhe disse, tenho o coração ocupado e minha palavra comprometida com outra.

– Isso é que eu queria saber. Agora sim! posso ficar com o coração sossegado, já que o senhor me afirma e jura, que não quer bem nem tem pretensão alguma sobre minha prima... e que nunca...

– Sim, senhor Roberto; atalhou Eduardo acudindo