o mais velho de todos nós... O Roberto, o caçula... Seja o senhor muito bem-vindo nesta casa... Depois de tantos anos, trazer-me notícias da minha gente!
Cortou Meyer aquele movimento de efusão que prometia ir longe, começando a ler com todo o vagar ou, melhor, a soletrar a carta, cujos garranchos, que não letras, por vezes se viu obrigado a encostar aos olhos para poder decifrar.
"Martinho, dizia a despretensiosa epístola, dirijo-te estas mal traçadas linhas só para saber da tua saúde e dizer que o portador desta é um senhor de muita leitura e vai para os sertões brutos, viajando e estudando países e povos. Veio-me do Rio de Janeiro muito recomendado. Peço que o agasalhes, não como a um transuente qualquer, mas como se fosse eu em pessoa, teu irmão mais velho e chefe da nossa família..."
—Pobre mano! exclamou Pereira meio choroso.
"É homem, continuou Meyer, de bastante criação. Adeus, Martinho. Eu estou estabelecido na Mata do Rio, numa fazendola. Tenho cinco filhos, três machos e duas famílias, estas casadas, e que me deram netos; já faz bastante tempo. Não estou muito quebrado de forças. H§ mais de oito anos que não tenho notícias tuas. Soube que o Roberto tinha morrido no Paranan..."
—Roberto?... Coitado do Roberto! atalhou Pereira com voz angustiosa.