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JORNAL DAS FAMILIAS.


IV.
A RECUSA.

Ces beaux songes devaient avoir leur réveil... réveil amer et décevant.
EUGÊNE SUE.

Tres dias depois o moço apresentava-se em casa de Palmyra munido de uma carta de apresentação de um negociante d’esta praça.

A emoção do moço era violenta.

O coração presago lhe não mentia.

Elle já contava com uma recusa da parte do pae de Palmyra.

Não é possivel, lhe disse elle, minha filha ainda está muito moça e demais já está pedida.

— Mas, senhor... se ouso aqui vir, é por consentimento d’ella. Queira V. S. consultal-a.

— Eu a consultarei, mas devo dizer-lhe, que a mim compete decidir de sua sorte.

O moço levantou-se.

Mal podia suster-se em pé. Com voz tremula proferio estas palavras:

— Aguardo as ordens de V. S. Nada tenho que offerecer á Senhora sua filha senão um coração constante e grato.

E reassumindo toda a presença de espirito, cortejou o dono da casa e retirou-se.

A angustia de Palmyra era inexplicavel.

Antes que o moço transpuzesse o umbral de sua casa, ella correu para o seu quarto e cahio desfallecida.


V.

Oito dias tinham apenas decorrido. A pallidez que cobria as faces de Palmyra revelava os soffrimentos de sua alma.

Seu pae foi desapiedado, e surdo ás supplicas de sua mulher. A desditosa moça tinha os lindos olhos rubios de chorar.

Pretextando tomar ares, seu pae mudava-se para S. Domingos em Nictheroy.

No dia em que Palmyra ia deixar essa casa talvez para sempre, correu ella á janela, e mostrou ao moço um bilhetinho.