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antes um enfermo do que o robusto atleta que admirara em Goiana por ocasião de se bater com as tropas de Luís Soares.

Mas o que a jornada não conseguira, devia Lourenço encontrar no Recife - o seu restabelecimento por violenta e grande comoção que lhe abalou e restaurou os abatidos espíritos - a comoção que despertou nele a notícia do perdão aos nobres, notícia imensamente grata, que ele teve a dita de ser o primeiro a levar aos refugiados de Tracunhaém.

Estava o Recife possuído de febril impaciência por saber a causa de vir entrando um navio adornado com enfiada de galhardetes, ostentando alegres ares, e disparando artilharia de tempos a tempos.

Usurpando os foros de Olinda, à qual ainda hoje está preso pelo ístimo - cordão umbilical que parece destinado a certificar as relações de mãe e filha entre a cidade de Albuquerque e a cidade de Nassau - o Recife, não obstante ser então vila, concentrara em si desde a chegada do governador Machado, toda a vida da capitania, enquanto Olinda, triste e chorosa, decaída do seu ilustre orgulho, curtia longos dias e agras noites em silêncio, parecido com o que cerca os túmulos.

Com aqueles indícios de extraordinário acontecimento, a vila alvoroçou-se como soe fazer jovem garrida aos primeiros sons de orquestra festiva em salão e