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És a sombra das arvores, ao sol;
O Lyrio, a Rosa da divina côr!
És a Senhora da Esperança nova,
A Vénus virginal do novo Amor!»


E os olhos de Marános encontraram
Os labios da Donzela; e de repente,
Suas palavras palidas tomaram
Vermelha, alegre côr voluptuosa:


«Minha segunda e viva Aparição,
Verdadeiro milagre da Beleza;
Não és phantasma, sombra, sonho vão
Que nasce do Desejo insatisfeito,
Se tens na face a côr que só a vida
Ás cousas que ela anima, sabe dar...
E de teus pés se alonga comovida
A tua sombra em flôr...
 Ah, vejo bem
Que és do meu Reino, e filha do Desejo
Consumado! E ainda trazes nos teus labios
Perfumes e vestigios d'esse beijo
Que foi a aurora ardente do teu sêr!
Beijo que me embriaga, como se eu
Fôsse acaso teu pae! e que me aviva
Esta fome carnal do meu espirito,
Que ele tem fome, sim, de carne viva!»


Mas, subito, Marános entristece,
Como o sol quando nuvem passageira
Lhe vela o rosto em brasa ... E eis que arrefece

Sua voz que se torna mais sombria,