Para lêr nas férias
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também que tenho artes para levar as criadas a comer os tremoços que me proíbem de comprar.

E deu uma gargalhada tão cheia de troca e mal- dade, que Hermínia calou-se como por encanto.

― ¿Vêem vocês a vantagem de ter feito comer os tremoços á Hermínia? Está mansa como um bor- rêgo. Não que, se ela falar, tambem eu falo!

― ¡Tu não és rapariga, és o diabo!

― O tio padre diz que eu sou o diabo de saias... talvez tenha razão.

― Mas para que queres tu a corda? Ainda não percebi.

Pois não é difícil: para fazer um belo balouço. Vocês agora passam-me a corda á cintura, eu trepo àquela árvore e ato-a bem, lá em cima, a dois ramos dos mais grossos; depois balouçamo-nos de pé na corda. Passa-se-lhe em baixo um troncozinho, para dar largura, e vamos duas em pé de cada vez ; isto é, eu vou sempre para fazer ir alto o balouço.

Aceite o programa, ràpidamente foi posto em prática. Mariana, marinhando como um gato, prendeu a corda, e, instantes depois, Hermínia gritava aflita :

― ¡Tão alto não! As meninas partem a cabeça! Eu não dou nada por que a corda, atada pela Maria- ninha, tenha firmeza...

E, quanto mais a criada gritava, mais Mariana e Claudina, insubordinada por ela, davam ao balouço fundo impulso. Por fim, os gritos da criada foram secundados por todos: a corda desatara-se dum lado