No dia 20 de março, dirigiu a seguinte proclamação aos Portugueses, convidando-os a reconhecê-la como governo supremo legítimo: Proclamação «Portugueses: — A Regência criada para governar os reinos de Portugal, Algarves e seus domínios, em nome da senhora D. Maria II, nossa legítima Rainha, acha-se instalada em território português. — A usurpação, que em 1828 anulou todos os atos pelos quais o senhor Rei D. Pedro IV tinha abdicado a coroa portuguesa, autorizava-o para reassumir a soberania destes reinos, sem cláusula nem condição; porém Sua Majestade, firme no constante desejo de felicitar por todos os modos possíveis os povos que a Divina Providência tinha confiado ao seu paternal governo, e querendo remover até a mais leve aparência de união de Portugal ao Brasil, renunciou o seu direito, manteve a abdicação da Coroa a favor da sua muito amada e querida filha, hoje nossa Rainha reinante; e como seu pai, tutor e natural protetor, criou uma Regência, cuja primeira incumbência é sustentar e defender os inauferíveis direitos desta augusta soberana. — Portugueses, vós sereis gratos a tantos benefícios, o mundo inteiro conhece a vossa inabalável fidelidade aos vossos legítimos soberanos, e o valor indomável que vos tem caracterizado em todos os tempos; e se o peso de circunstâncias calamitosas tem momentaneamente sopeado a ação de tão sublimes virtudes, a Regência espera vê-las em breve manifestadas, reunindo-vos ao centro comum e legal da autoridade que, em nome da vossa legítima soberana, se acha felizmente instalada nesta parte do solo português, onde vieram quebrar-se todos os esforços dos inimigos do trono. — A Regência do reino, decidida a conservar ileso o sagrado depósito que lhe foi confiado, dos direitos legítimos da Rainha e das instituições pátrias, espera que todos os portugueses reúnam seus esforços para auxiliá-la, e lhes traz à memória o exemplo ainda recente da Espanha e da Grécia, reduzidas a um só e último baluarte, e conseguindo contudo triunfar do poder de seus opressores; tanta força tem a perseverança na sustentação da justiça e independência nacional. — Portugueses, só de um governo legítimo pode dimanar a tranquilidade pública e a segurança individual, e só nele pode reunir, debaixo de um ceptro paternal, todas as classes de cidadãos, e, acalmando o ímpeto das paixões, sarar as feridas da pátria, enquanto que um poder intruso e ilegal só se estriba na violência das fações, e no rigor e crueza das perseguições individuais — À voz da legitimidade veremos armarem-se em nosso favor todos os corações generosos: — os soberanos da Europa hão-de aplaudir os nossos esforços, e Deus, que em 1826 presenciou e aceitou nossos juramentos,