— É verdade, e ele que ainda não veio... já tinha tempo de chegar, pois partiu logo no vosso alcance...
— É verdade... acrescentou Vidinha com certo susto; na tal cova da ucharia não entrou ele; e quando de lá saí não o vi mais...
— Não lhe vá ter sucedido alguma coisa!... O major o jurou!...
— O major!... repetiram todas com os sinais do mais visível susto.
E levantou-se de novo em casa a confusão, porque, como os leitores terão visto, apesar dos dissabores que o Leonardo causava àquela família, todos ali, exceto os dois primos rivais, queriam-lhe muito e muito bem. Falar a qualquer dos dois primos para que o fossem procurar, era coisa de que ninguém se lembrava, tão certos estavam que eles se haviam recusar. Tiveram pois de esperar que chegasse da rua o antigo sacristão da Sé para darem as providências precisas.
Os leitores terão talvez estranhado que em tudo quanto se tem passado em casa da família, de Vidinha não tenhamos falado nesta última personagem; temo-lo feito de propósito, para dar assim a entender que em nada disso tem ele tomado parte alguma.
Causa remota e primordial de todos estes acontecimentos, pois foi em conseqüência de sua amizade que o Leonardo se juntou à família, por muito feliz se tem dado em que não tenham caído sobre ele inculpações de que com dificuldade se poderia defender; homem de tato, conservara uma posição absolutamente neutral em todas aquelas lutas. Eis aqui pois qual a causa do nosso silêncio sobre ele.