consegui abrir caminho até o santo padre. Em 16 de janeiro eu apresentava o meu memorial ao cardeal Rampolla. Hoje eu o teria redigido de outro modo, mas hoje não tenho mais o ardor do propagandista... Aqui estão alguns trechos dessa súplica; por eles se verá que o meu apelo não era somente pelos escravos do Brasil, mas por toda a raça negra, pela África, onde pouco tempo depois devia surgir arrebatadamente a grande figura do cardeal Lavigerie:
“Sem exceção quase, os bispos brasileiros declararam em pastorais que o modo mais digno e mais nobre de celebrar o aniversário sacerdotal de Leão XIII era para os possuidores darem liberdade aos seus escravos e para os outros membros da comunhão empregarem em cartas de alforria os donativos que quisessem oferecer ao santo padre.
O apelo moralmente unânime dos nossos prelados não podia deixar de exercer as maior influência sobre o movimento abolicionista, que já arrastava consigo a opinião, e seguiu-se uma manifestação religiosa e nacional, que pela sua própria grandeza mostra que a abolição no Brasil não é mais uma divergência entre os partidos políticos... Pela manumissão de multidões de escravos em nome do santo padre, o seu jubileu ficará sendo a elevação à liberdade de centenas de novas famílias brasileiras.
De todos os dons postos aos pés de Leão XIII o tributo do Brasil sob a forma desses libertos cristãos, que tomam de longe parte em sua glorificação universal, é talvez a única oferta que terá feiro derramar ao santo padre lágrimas de reconhecimento.