mundo exemplo de humanidade de uma grande classe igual à desistência feita pelos senhores brasileiros dos seus títulos de propriedade escrava. Disse que essa era a prova real de que escravidão no Brasil tinha sido sempre uma instituição estrangeira, alheia ao espírito nacional, o que é ainda confirmado (isto não disse ao papa), pelo fato de que os estrangeiros no Brasil foram, e são ainda hoje, de toda a comunhão, os que menos simpatia mostraram ao movimento libertador. Quanto à família imperial, repeti ao sumo pontífice que o que há feito em nossa lei a favor dos escravos, é devido à iniciativa e imposição do imperador, ainda que seja pouco. – ‘Uma dinastia, acrescentei, tem interesses materiais que dependem do apoio de todas as classes e não pode afrontar a má vontade de nenhuma, muito menos da mais poderosa de todas. O papado, porém, não depende de nenhuma classe, por isso coloca-se no ponto de vista da moral absoluta, que nenhuma dinastia pode tomar sem destruir-se.’ Falando do atual presidente do Conselho, disse a Sua Santidade que ele era um homem a quem a Igreja no Brasil devia muito por ter sido ele o principal autor da anistia, que pôs termo ao conflito de 1873, mas que, nessa questão, não tínhamos motivos para supor que ele quisesse ir além da lei atual, o que era positivamente contrário ao desejo unânime da nação. – ‘Eu, porém, acrescentei,