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Paul Gallico


Por isso, com uma dificuldade considerável, ele persuadiu a mula doente e instável a se levantar e, com apelos e carícias e o uso mínimo da vareta, conduziu-a através das ruas encurvadas de Assis e colina acima até a Basílica de São Francisco. Nos belos portais gêmeos da igreja inferior, ele respeitosamente pediu ao frade Bernard, que estava lá em serviço, permissão para descer com Violetta até São Francisco, pois assim ela poderia ser curada e ficar saudável novamente.

Frade Bernard era um monge novo e, tratando Pepino como um jovem patife e ímpio, ordenou que ele e sua mula fossem embora. Era terminantemente proibido trazer animais para dentro da igreja e só pensar em levar um asno para a cripta de São Francisco era por si só uma profanação. Além disso, como ele poderia ter imaginado que ela iria descer até lá por uma escadaria estreita, cuja largura mal era suficiente para acomodar pessoas em fila única, quem diria animais com quatro patas? Pepino deveria ser tão tolo quanto era patife e indolente.

Conforme ordenado, Pepino retirou-se do portal, com seu braço sobre o pescoço de Violetta, meditando acerca do que poderia fazer para conseguir o que queria, visto que por ora ele estava desapontado por causa da rejeição que sofrera, mas ao mesmo tempo não estava totalmente desencorajado.

Apesar da tragédia que atingira a infância de Pepino e tirara dele sua família, ele realmente se considerava um garoto muito sortudo se comparado a outros, dado que havia adquirido não apenas uma herança para ajudá-lo a ganhar a vida, mas também um importante preceito pelo qual viver.

Esta máxima, a chave de ouro para o sucesso, foi deixada para Pepino, junto com barras de choco-