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Paul Gallico


Francisco, que foi um homem santo, era tão afeiçoado a flores, talvez o Papa, que por sua posição era ainda mais santo, iria amá-las também.

Por cinquenta liras ele comprou um minúsculo buquê que continha lírios do vale escorados em um maço de violetas escuras e pequenas rosas amarelas abarrotadas próximas a girassóis amarelos, todas atadas com uma pequena tira de folha e um laço de papel.

Em uma pequena tenda que vendia cartões postais e souvenires, ele pediu lápis e papel e laboriosamente escreveu um recado:


"Querido e mais sagrado Papa: estas flores são para você. Por favor, deixe-me vê-lo pessoalmente e contar-lhe sobre minha mula Violetta, que está morrendo, porque não me deixam levá-la para ver São Francisco, que poderia curá-la. Eu vivo na cidade de Assis, mas fiz todo o longo caminho de lá até aqui para ver você.

Com amor, Pepino"


Em seguida, ele retornou até o portão, entregou o buquê e o recado nas mãos do guarda suíço e implorou: — "Por favor, entregue-as para o Papa. Tenho certeza de que ele vai aceitar me receber quando receber as flores e ler o que escrevi."

O guarda não esperava por isto. A criança e as flores subitamente colocaram-no em um dilema do qual ele não poderia se livrar na presença destes olhos grandes e confiantes. Porém, ele não tinha experiência em lidar com este tipo de situação. Pensou em talvez simplesmente pedir para outro colega assumir seu posto, ir até a sala da guarda, jogar as flores e o recado em uma lixeira, aguardar um breve período de tempo e retornar para dizer ao garoto que Sua