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Santidade agradeceu a ele pelas flores, mas que tinha importantes compromissos para resolver que tornavam impossível garantir a Pepino uma audiência.
Inicialmente, o guarda colocou em ação este pequeno subterfúgio, mas quando foi completar o último ato, ele ficou surpreso ao ver que não conseguia fazê-lo. Havia um cesto de lixo em sua frente, aguardando para receber a oferenda, mas o pequeno ramalhete pareceu ter grudado em seus dedos. Quão adoráveis e frescas eram as flores! Trouxeram a ele lembranças da primavera nos vales verdejantes em seu longínquo lar em Luzern.[1] Ele relembrou do topo das montanhas cobertas de neve em sua juventude, o gado acinzentado e de olhos claros pastando nos prados floridos e também ouviu o soar de sinos, que aquecia seu coração.
Atordoado pelo que aconteceu, ele saiu da sala da guarda e vagou pelos corredores, mesmo sem saber aonde ir ou o que fazer com este fardo. Ele eventualmente foi visto por um pequeno e atarefado monsenhor[2], membro do vasto contingente de clérigos e secretários empregados pelo Vaticano, o qual parou surpreso com a visão do corpulento guarda impotente ao contemplar um pequeno ramalhete de flores.
E assim ocorreu o milagre menor, no qual o pedido e oferenda de Pepino cruzaram a fronteira do palácio que dividia o mundo material do espiritual, o leigo do eclesiástico.
Para grande alívio do guarda, o monsenhor pegou as ternas oferendas que ele não foi capaz de