O Pequeno Milagre

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O padre continuou: — "Você vai até a cripta somente para pedir, ou você também vai, se necessário, estar preparado para doar?"

Todo o sentimento dentro de Pepino emergiu perante a possibilidade de ele perder Violetta, mesmo para alguém tão amado como São Francisco. Ainda quando ele levantou seu rosto chocado e olhou profundamente para os olhos brilhantes do padre Damico, havia algo dentro de si que lhe deu coragem para dizer: — "Eu cederei — se for preciso. Mas oh, eu espero que ele me deixe ficar junto com ela por mais um tempo."

O tinir da picareta do mestre de obras soava repetidamente através da câmara arqueada da igreja inferior, onde a parede que bloqueava a porta que conduzia ao caminho para a cripta estava sendo removida. Aguardavam próximos o supervisor e seu amigo o bispo, padre Damico e Pepino, com os olhos esbugalhados, pálido e silencioso. O garoto mantinha seus braços ao redor do pescoço de Violetta e seu rosto tocava no dela. A pequena mula estava com as pernas tremulando e mal conseguia ficar em pé.

Uma porção da parede estava difícil de derrubar. O pedreiro golpeou o arco de um dos lados para enfraquecer seu suporte. Então, a parede começou a ruir novamente. Uma passagem estreita ficou à mostra e através da abertura eles podiam ver as luzes trêmulas das velas colocadas no altar onde repousavam os restos mortais de São Francisco.

Pepino agitou-se perante a abertura, ou foi Violetta que se moveu nervosamente, assustada ao ver um lugar inusitado e pelos barulhos? Padre Damico disse: — "Espere!", e Pepino segurou ela; mas os pés trêmulos da mula escorregaram nos escombros, agitando-se em pânico e, então, ela deu