para o rico fazendeiro um motivo de sofrimento e despeito. Por que motivo? Não poderia explicar; era um vago pressentimento.
Pode-se bem avaliar quanto deviam ser rápidas, quase instantâneas, as resoluções e os movimentos do menino naquela crise extrema.
Agarrando as tranças louras de Alice e enrolando nelas a mão para mais segurança, o menino veio à tona d'água e respirou com força. As pessoas que rodeavam o lago, viram surdir apenas um meio perfil e submergir-se imediatamente:
— Nhô Mário!... exclamou a voz ansiosa de Martinho.
Mário, renovado o ar dos pulmões, voltou a tempo de travar de novo da espádua de Alice. A evolução das águas, depois de o aprofundar, elevara o corpo da menina para arremessá-lo à garganta que devia sorvê-lo. Aproveitando-se do incidente o menino pôde voltar à superfície e elevar acima dela a parte superior do rosto.
— Benedito! gritou ele.
O preto, depois que tombara ferido pela dor, rolando como um madeiro sobre as fragas do rochedo, ficara algum tempo alheio ao que se passava.