senhora, ordenar que soem as trombetas e timbales nos vossos castelos e honras, que os vossos alcaides juntem os cavaleiros, os vossos vílicos os besteiros, archeiros e fundibulários; que os vossos alferes desenrolem os balções dos Bravais, para marcharem contra o mísero conde de Portugal em lide de homizio! "Não, senhor de Trava"!? Sim, vos digo eu, donzela! Sim, que é força assim seja! Dizei-me só por muita mercê: é o pudor virginal quem vos obriga a rejeitardes a mão de tão gentil cavaleiro?
Fernando Peres cruzou os braços e cravou na donzela o seu olhar de gerifalte. Dulce, aterrada com as palavras e gestos daquele homem orgulhoso, tinha caído de joelhos aos pés da rainha e, apertando-lhe com as mãos convulsas a barra do epitógio, exclam ou:
— Oh! Salvai-me, salvai-me!
Dolorosa era a situação de D. Teresa. Amava sinceramente Dulce; mas entre ela e o conde havia laços que não podia, que não quisera quebrar. Aquelas expressões insolentes de Fernando Peres, a audácia com que ele substituía a própria vontade à sua, tinham uma significação terrível; despertavam-lhe recordações e remorsos!
O primeiro impulso do seu espírito altivo