mãos do reverendo Martim Eicha, que exercitava então o ofício de chanceler.
— Em termos, e sem dúvida - murmurou o digno cónego examinando a escritura. - Nada falta: sinais, notário e testemunhas.
— De quem são os sinais? - perguntou Fernando Peres, sem tirar os olhos do cavaleiro, cada vez mais perturbado.
— De D. Afonso - respondeu Martim Eicha. - É o seu rodado e a cruz, tudo ao que parece feito por quem pintou a carta, que diz ser e me parece escrita da mão de Pedro o chanceler do infante...
— Infante?! - interrompeu em voz baixa o conde, batendo com força no punho da espada.
— Item - prosseguiu o cónego - de D. Paio, que louva e confirma...
— Do arcebispo de Braga? Vinga-se da prisão em que o teve a rainha. Como sempre, revoltoso e intrigante. Continuai.
— E de Fernão Cativo, alferes-mor de Portugal, diz a segunda regra dos que confirmam do lado direito.
— Mente! - retorquiu o conde em tom já mais alto e colérico. - O alferes-mor de Portugal está a meu lado, e não é um miserável traidor. Lede.