— E de Egas Moniz de Cresconhe, mordomo da cúria.
— Da cúria dos sandeus e vis! - atalhou o conde, cujo furor continuava a aumentar. - Velho infame, movedor principal da revolta!
— E de Gonçalo Mendes, rico-homem...
— Quê!? - bradou Fernando Peres, arrancando o pergaminho da mão de Martim Eicha e olhando espantado para aqueles caracteres, que a sua ignorância de nobre lhe não consentia entender. - Ele no campo de D. Afonso!? Ele também mandou escrever seu nome nesta carta de crença!? Não é preciso ler mais. Mensageiro, que vieste afrontar-me, sai já de Guimarães, porque te juro que não falarás à rainha: que não falarás aos traidores que talvez buscavas; porque traidores andam no meio de nós! Vai dizer aos vilões que te mandaram, e aos cavaleiros mais vilões do que eles, que eu, conde de Portugal e Coimbra, os desprezo; que se ousarem aproximar-se de Guimarães os mandarei desarmar pelos meus cavaleiros e arrancar-lhes os olhos pelos meus cavalariços e servos. Entendes? É isto o que lhes deves dizer, e dá graças a Deus de não começar por ti o castigo de desleais.
Durante a leitura do reverendo cónego de Lamego a perturbação de Egas se havia asserenado