com as observações violentas do filho de Pedro Froilaz, que pouco a pouco a tinham convertido em indignação. Esta subira de ponto com as suas derradeiras palavras: o cavaleiro conteve-se todavia.
— Senhor conde de Trava, não creio digno de um nobre homem de Espanha gastar afrontas inúteis contra os que não podem responder-vos. Pedistes-me as provas do que afirmava. Dei-vo-las. O recusar admitir-me à presença da rainha podeis fazê-lo; mas faltareis à lealdade que deveis a vossa senhora.
— E quem te deu direito, miserável, de me ensinar meus deveres? - bradou o conde furioso. - Quem te assegura, vil toupeira que minas no silêncio da noite o chão que pisamos, porque não ousas mostrar à luz do dia a fronte covarde, que sairás a salvo de Guimarães sem que te faça arrancar a língua insolente? Tu, que ousas falar de lealdade, a que vieste ontem a este castelo como um salteador nocturno? Mas ontem como hoje os teus passos foram perdidos! A minha resposta aos conselhos que me dás é esta: servirá ao mesmo tempo de resposta aos que te enviaram.
Ao ouvir as últimas frases, o trovador sentiu fustigarem-lhe as faces os fragmentos