mãi santissima! Como é que Joaquim ensina semelhantes cousas ao filho?!
— Dê-me o meu preá, mamãi. Quero espetal-o vivo como fiz hontem com o papa-capim.
— Ainda me vens fallar nisso? exclamou Joanna consternada.
E levada de uma inspiração ou de um repente irresistivel, chegou á porta que dava para o pequeno cercado onde o capinzal crescia, e ahi soltou o innocente prisioneiro.
José chorou, gritou, esperneou, rolou pelo chão com raiva. Irritada por este procedimento, para o qual ella foi buscar explicação antes na inconveniente direcção que a José ia dando Joaquim que no impulso de reprovadas paixões de que julgava isento o filho naturalmente docil e terno, puxou-lhe de leve pelas orelhas, dizendo-lhe que si outra vez judiasse com os passarinhos lhe daria uma surra que elle havia de agradecer.
Quando Joaquim voltou á casa, o menino correu a relatar-lhe o que tinha acontecido. O máo marido, o pessimo pai ralhou com Joanna em quem por um triz não bateu; e para completar a lição e o exemplo pernicioso, prometteu a José que o primeiro preá que o fojo pegasse havia de ser sujeito a um genero de morte que elle ainda não conhecia.
O menino mal pôde dormir aquella noite.