Ha, porem, dois patriotismos. Um, peludo, orelhudo, mas sincero, respeitavel — como o do major Juarez Tavora. Outro, glabro, sem orelha nenhuma — patifissimo. O famoso Dr. Johnson o classificou: "the last refuge of scoundrels".
Em todas as realizações patrioticas é sempre o patriotismo classificado pelo Dr. Johnson que leva o outro pelo nariz.
A Lei de Minas, manipulada pelo segundo patriotismo e inocentemente promulgada pelo primeiro, destituiu o proprietario da terra do direito ao que está no subsolo — apesar da nova Constituição manter intacto o direito de propriedade. E não contente com o caricato confisco, ainda trancou com mil trancas a exploração. Trancou-a a todos — os nacionais e á perigosa gente de fóra — e como era justamente isso o que a perigosa gente de fóra queria, os Interesses Occultos piscaram o olho.
Já que o programa dos trusts consistia em conservar o Brasil como eterno comprador do petroleo que eles vendem, a Lei-Fleury veio ajustar-se como luva aos seus verdadeiros interesses. Ficavam os trusts impedidos de tirar petroleo cá. Otimo! Quem está com superprodução em seus campos, regala-se de não ser forçado a abrir poços em zonas novas. Mas como tambem o nacional ficava impedido de abrir poços, tudo correria pelo melhor, no melhor dos mundos possiveis — para os trusts. Era o meio seguro de manter o Brasil como eterno comprador do petroleo deles.