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lada Romuli Anglici cunctis exortae fabulae por Hervieux, Fabulistes, t. II, p. 567: canis per pontem transivit. A mesma circunstancia apparece no Isopo Riccardiano: «andava una volta uno cane con uno pezzo di carne in bocca sopra uno ponte»[1], e nas Fabulas de Marie de France:


passot uns chiens desur un pont[2].


Na fab. X o villão acha a serpente ao pé de um ribeiro, circunstancia que não está bem expressa em Walter. No Isopo Riccardiano, pelo contrario, lê-se: «uno serpente aghiacciato nella via infra l’acqua»[3]. Walter diz que o homem levou a serpente para casa. O nosso texto, como o de Phedro, IV, XVIII, e o citado cod. Riccardiano, dizem que a recolheu no seio. Romulo, I, X, diz que o homem sub latera sua habuit.

Na fab. XII o cozinheiro bate no rato, o que não acontece no texto de Walter, nem noutros derivados seus que consultei (Isopet I de Paris, Izopet de Lião, Isopo Riccardiano, Ysopo hystoriado hespanhol).

Na fab. XVIII o calvo está ao sol. Em Walter, n.º 52, bem como em alguns dos seus derivados que consultei (Ysopet I, Lyoner Yzopet, Riccardiano, Ysopo hystoriado), e no Esopus moralizatus (commentario em prosa)[4], não apparece a circunstancia do sol. Esta porém nota-se num fabulario português do começo do sec. XVII, a que mais adeante tornarei a referir-me, — Fabulas de Manoel Mendes, da Vidigueira, n.º 54: «repousava á soalheira hum Velho calvo, com a cabeça descoberta, e huma mosca naõ fazia senaõ picar-lhe na calva».

Na fab. XIX a raposa põe de comer á cegonha em um vaxelo muy largo, como em Phedro, I, XXVI, in patina. A menção da vasilha falta em Walter, fab. 33. Alem d’isso, em Walter, a raposa bebe; no nosso texto, lambe.

Na fab. XXI, são muitos pavões que, como em Romulo, II, XVI, e Phedro, I, III, despem das pennas falsas o corvo. Em Walter, n.º 35,

  1. Ghivizzani, Favole di Galfredo, parte II, Bologna 1866, p. 12.
  2. Die Fabeln der Marie de France, ed. de Warnke, Halle 1898, p. 21. — O mesmo A., no seu livro Die Quellen der Esope der Marie de France, Halle 1900, p. 10, cita outros textos (fabularios, etc.), onde tambem se diz que o cão passa uma ponte.
  3. Ghivizzani, parte II, p. 28.
  4. A respeito d’este Esopus vid. adeante, p. 153.