mos o pacote e esperavamos que o dono o reclamasse — e que provasse — pro-vas-se que era delle...
— Dava na mesma. Esse-dinheiro nunca seria meu.
— Ficava sendo, é bôa! Mas, olha, João, você nunca pensou bem. Você não tem boa cabeça. E' por isso que vivemos toda a vida esta vidinha miseravel, comendo o pão que o diabo amassou...
— “Vidinha miseravel?”... Sempre fomos felizes, nunca percebemos que eramos pobres...
— Sim, mas percebo-o agora, porque só agora nos surgiu a occasião de enriquecer. Foi uma sorte grande que Deus nos mandou.
— “Deus”...
— Deus, sim, e você o offendeu afastando-a com o pé. Poderiamos estar hoje ricos, fazendo caridade, beneficiando os doentes... Quanta cousa! Mas a tal honestidade...
— “A tal honestidade !”...
— Sim, sim! Tudo tem conta na vida, homem! Ladrão é quem furta um; quem pega mil é barão, você bem sabe. Veja os seus