Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/176

vossa propria pessoa. «Hei de ensinar o João da Cunha; é tempo delle pagar o novo e o velho. Hei de ir com minha gente revirar a bagaceira de seu engenho para pôr á mostra a ossada do mascate que elle mandou seus negros matar só porque...»

— Porque? porque? perguntou o sargento-mór, tomado de subita commoção, e fazendo-se livido. Que historia contou o villão?

— Contou que o mascate tinha sido assassinado por se queixar de lhe não terem pago certa quantia.

João da Cunha, sem o querer, tinha-se levantado.

— Querem saber como foi o caso? A mulher de um morador chamou o labrego para lhe comprar não sei que bugigangas, de que elle sahiu pago. Mas como vinha tonto, depressa esqueceu-lhe que tinha recebido a respectiva importancia. Ei-lo que volta e começa de exigir novo pagamento; e porque ninguem sahiu a dar-lhe mais dinheiro, a todos chamou ladrões, sem exceção do senhor do engenho. Dois negros foram-lhe ao encontro e castigaram sem que de ninguem tivessem recebido ordem para isso, a ousadia do mascate. Este cahiu e não se levantou mais. No outro dia vieram