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O PRECURSOR DO ABOLICIONISMO NO BRASIL
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cível ou aos criminais, “mediante processo administrativo.”

Quando o exmo. sr. conselheiro Nabuco de Araujo era presidente da heróica provincia de São Paulo, e avultava entre os chefes prestigiosos do partido conservador, tinha ideas liberalissimas, relativamente aos africanos escravisados de modo ilícito.

Os agentes policiais, no município desta cidade, por diversas vezes apreenderam como escravos fugidos, pretos que depois se verificou serem africanos boçais. O exmo. Sr. conselheiro Furtado de Mendonça, jurisconsulto muito esclarecido, que exemplarmente exercia a delegacia de policia da capital, depois das diligencias legais, os declarou livres: estes atos foram aprovados com louvor pelo exmo. sr. conselheiro Nabuco de Araujo.

Mais tarde, quando s. exa. era ministro da justiça, e mais amadurecido tinha os frutos da sua numerosa ilustração, acercado de todos os “andorinhões” políticos e dos “zangões” da lavoura, que o aturdiam de contínuo, deu-se o seguinte curioso fato, que bem prova a influência, o predomínio dos “senhores” na política e governação do Estado.

Foi em 1853 ou 1854, o que não posso agora precisar, por estrago de notas. Aconteceu que, em um daqueles anos, viesse á capital certo fazendeiro do interior, cujo nome devo ocultar, trazendo cartas valiosas, de prestigiosos chefes políticos; e, perante as autoridades superiores, envidasse esforços para rehaver dous escra-