XVIII

DESENGANO

     Arnaldo traspassou com o olhar a espessura da folhagem que lhe occultava a formosura de D. Flor, e instinctivamente retraiu-se com o enleio em que sempre o lançava a presença da donzella.

     Justa o deteve, segurando-lhe o braço e apontando para dentro do mato.

     — Ella falou ao pai. O sr. capitão-mór, tu bem sabes, não tem ânimo de recusar nada àquella filha, que é a menina de seus olhos. Então prometteu que, se hoje mesmo voltares arrependido à sua presença para supplicar o perdão de tua falta, elle esquecerá tudo.

     Arnaldo atalhou a mãi com um gesto de energica repulsa :

     — Não cometti nenhum crime para carecer de perdão, mãi.