se no azul do céu, onde estampava-se o disco prateado da lua. Alí ficavam imóveis, fixos, como dois raios do astro meigo e saudoso da noite, que se estivessem embebendo em seu seio e enchendo da luz do céu.

O coração de Arnaldo confrangeu-se. Fôra êle quem perturbara a serena placidez daquela fronte angélica; fôra êle o autor daquela tristeza.

Saltou em terra, ajoelhou-se humildemente, e de mãos postas, com todo o fervor do crente quando ora à divindade, pediu perdão a D. Flor da mágoa que lhe causara. Teve ímpetos de punir-se alí mesmo diante da donzela, do atrevimento com que lhe ofendera o pudor e o altivo melindre.

Chegou a levar a mão ao punho da faca; mas lembrou-se que sua vida era precisa naquela ocasião em que novos e talvez mais sérios perigos ameaçavam a casa da Oiticica.