Página:Obras poeticas de Claudio Manoel da Costa (Glauceste Saturnio) - Tomo II.djvu/263

OBRAS POETICAS
255

Com a minha chegada, e vão buscando
Estranhos climas, libertando o bando,
Que atraíram talvez, ou que arrastaram:
Os poucos membros, que entre nós ficaram,
Farei por conservar na paz, que espero;
Mas da vossa obediência aprova quero
Mais sólida e mais firme; ao longo centro
Dos Sertões passareis, e ali dentro
Dos seus limites contereis seguros
Na doce paz os ânimos impuros;
Que os não manche outra vez o humor nocivo
Da infame Rebeldia; o braço ativo
Saberá, esgotando todo o empenho,
Destroçá-los, puni-los: mas que venho
A meditar? De vós tudo confio;
De vós, do vosso zelo, esforço e brio.

Isto dizendo, os braços estendia
Para Viana: neles recebia
Logo a Francisco, a quem recomendava
O mesmo, e muitas vezes protestava
Que do seu Rei poria na presença
Um tal serviço; ordena sem detença
Que partam desde logo; têm por dita
Os dous Vassalos ver que os acredita
O conceito do Herói; as mãos lhe beijam,
E o desterro político desejam
Cumprir, mais que por força, por vontade.

Conrado e outro conspirado Frade
Ao longe vão marchando; e dão as costas
À torpe Hipocrisia, que dispostas
Tinha em vão as idéias do atentado;
A Rebeldia ao centro tem baixado;