É nosso quanto ha bello! A Natureza,
Desde aonde atirou seu cacho a palma,
Té lá onde escondidos na frieza
Vegeta o musgo e se concentra a alma;
Desde aonde se fecha da belleza
A abobada sem fim - té onde a calma
Eterna gera os mundos e as estrellas,
E em nós o Empireo das idéas bellas!

Templo de crenças e d'amores puros!
Communhão de verdade! onde não ha
Bonzo á porta a estremar fieis e impuros,
Uns para a luz... e os outros para cá...
Alli parecerão os mais escuros
Brilhantes como a face de Jehová,
Commungando no altar do coração
No mesmo amor de pai e amor d'Irmão!

Amor d'Irmão! oh! este amor é dôce
Como ambrosia e como um beijo casto!
Orvalho santo, que chovido fosse,
E o lirio absorve como ethereo pasto!...
Diluvio suave, que nos toma posse
Da vida e tudo, e que nos faz tão vasto
O coração minguado... que admira
Os sons que solta esta celeste lyra!