Só elle póde a ara sacrosanta
Erguer, e um templo eterno para todos...
Sim, um eterno templo e ara santa,
Mas com mil cultos, mil diversos modos!
Mil são os fructos, e é só uma a planta!
Um coração, e mil desejos doudos!
Mas dá lugar a todos a Cidade,
Assente sobre a rocha da Igualdade.

É d'esse amor que eu fallo! e d'elle espero
O dôce orvalho com que vá surgindo
O triste lirio, que este solo austero
Está entre urze e abrolhos encobrindo.
D'elle o resgate só será sincero...
D'elle! do Amor!... em quanto vaes abrindo,
Sobre o ninho onde choca a Unidade,
As tuas azas d'aguia, ó Liberdade!

1865.