O vaqueiro ajuntou: «Permita-o Jove!
Meu braço e minha fé conhecerias.»
E Eumeu também rogava aos deuses todos
Que de seu rei a vinda apressurassem.

A Telemacho, entanto, os corpos tecem190
Morte e ruína. Altívola á sinistra
Pávida pomba uma águia eis traz nas garras
E branda Anfínomo: «Ao convívio, amigos;
O plano de matal-o está frustrado.»
Eles dóceis na sala sobre escanos195
E camilhas os mantos depuseram.
Cabras e ovelhas, porcos sacrificam,
E a grã novilha: as vísceras assadas
Repartem, mesclam nas crateras vinho;
Eumeu taças ministra; o pão, Filétio;200
Escanceia Melântio: o bodo encetam.

Á soleira, mas dentro, baixa mesa
E tosco assento o filho pôs a Ulysses,
Que astúcias combinava, e das entranhas
O serve e entorna o vinho em áureo copo:205
«A gosto, hospede, bebe entre os guerreiros;
Salvar-te-ei de golpes e convicios:
A casa não é pública; é de Ulysses,
E herdeiro eu sou. Vós procos, refreai-vos,
Ou lide cá teremos ymphalível.»210

Todos pasmam da audácia e os beiços mordem;
Mas o Eupitéio: «Amigos, suportemos
De Telemacho as fúteis ameaças.
A querer o Satúrnio, ora açaimado
Aqui seria o parlador canoro.»215
Cala Antino, e Telemacho o desdenha.

Pela cidade arautos hecatombe
Guiam sacra, e no umbroso Febeu luco
Reúnem-se os Grajúgenas crinitos;
Ao tempo que, do fogo assadas carnes220
Os príncipes tirando, as distribuem,
E o festim saboreiam: coube a Ulysses,
Como ordenara seu dileto filho,
Igual porção, que os servos lhe ministram.

Não consente Minerva que arrogantes225