Retém no paço, e ao pórtico sonoro
Um recortado leito lhe oferece,
De Pisístrato perto, belaz chefe,
Inda na adolescencia; o rei descansa
Num retrete recôndito, onde a cama310
Afofara a consorte veneranda.

Ao roxear da pudibunda aurora,
Surge Nestor, ante o portão repousa,
Em alva pedra a óleo bem polida,
Poial já de Neleu, divino engenho:315
Ali, depois que a Dite o pai descera,
Soía aquela dos Argeus custódia
O cetro alçar. Das câmaras saídos,
Cercavam-no Equéfron e Estracio e Areto
E Perseu e o deiforme Trasimedes,320
Sexto Pisístrato, o menor da estirpe.
Era Telemacho, a imortaes parelho,
Junto ao régio Nestor, que assim começa:
«Filhos, eia, a Minerva engrandeçamos,
Que ao solene festim vi manifesta:325
Um corra ao prado em busca do vaqueiro,
Que uma novilha traga; outro aqui chame
O ourives Laerceu, que doure os cornos;
Ande á nau de Telemacho o terceiro,
E os nautas, menos dous, nos apresente.330
Ficai-vos os demais; que as servas dentro
Lauta mesa aderecem, que nos sirvam
De cadeiras e lenha e de água pura.»

Tudo obedece: A rês do campo chega;
De Telemacho chega a marinhagem;335
Com bigorna e alicates e martelo,
Utensilios do oficio, o fabro chega;
Chega Palas e atenta a cerimônia.
Ouro Nestor fornece; o artista o assenta,
Para a deusa alegrar, da rês nos cornos;340
Por estes Equéfron e Estracio a levam.
Traz de cima em bacia floreada
Água Areto, e uma serva em cesta molas;
Afiada o guerreiro Trasimedes
Secure empunha, a golpear disposta345