A traducção da primeira d’essas épopéas terminou-a Odorico Mendes nos primeiros dias de 1863; e em 1864, em julho, concluia a versão da segunda. Um mez depois, em agosto, morria em Londres esse novo Ulysses, que levara a termo, consumindo nella as ultimas reservas da propria vida, esta soberba aventura.

Do destino dos originaes das duas traducções, dá noticia Antonio Henriques Leal, quando escreve, em nota, no tomo I, pag. 66, do Pantheon Maranhense: "Dois dias depois da morte do irmão, voitou D. Militina irmã do morto) de Londres para Paris, onde arrecadou todos os papeis de Odorico, e de la partiu para o Rio, onde aportou a 17 de novembro do mesmo anno, indo para a companhia do seu irmão Theodoro J. Muller, unico que lhe resta, de tantos que eram. “E adeante, á pag. 97, em outra nota, referindo-se aos mesmos manuscriptos: ”Pretendia o autor publicar esse trabalho de volta ao Brasil, e para auxilial-o, na impressão d’elle tinha a Assembléa Provincial do Maranhão na sua legislatura de 1864 decretado a lei de 14 de março (n. 575), consignando fundos para esse fim. Não foi, porém, esse favor solicitado por elle. Gonçalves Dias, seu amigo e admirador, escreveu-me lembrando a idéa, e eu não descansei até que consegui de amigos prestadios e influentes, que tinha nessa corporação, uma remuneração aliás diminuta a quem tanto fizera pela patria. É com prazer que posso assegurar aos amantes das letras que os herdeiros do poeta vão em breve satisfazer a anciosa curiosidade dos cultores da bôa literatura e admiradores de Odorico, dando á estampa essas obras, cujo manuscripto foi examinado por Sua Magestade o Imperador que o restituiu a imã do poeta ha mais de um anno. Para comprovar esta agradavel noticia, ajunto o que diz o Paiz, do Maranhão, no seu n. 14, de 1.º de fevereiro do anno corrente."

Vinha, em seguida, a transcripção da referida noticia d’O Paiz, do Maranhão, daquelle anno (1873), e que é esta: "Estão lembrados que por occasião da viagem de Sua Magestade o Imperador pela Europa, correu o boato de que deixara elle a imprimir-se em Leipzig esse monumento erguido pelo illustre poeta maranhense ás letras patrias. Não passou isto de pura invenção, como depois se verificou. Agora, porém, podemos afiançar que os Herdeiros de Odorico Mendes estão mandando imprimir no Rio de Janeiro a traducção da Iliada e da Odysséa, e tanto é isto mais certo que o Sr. Dr. Antonio Henriques Leal deu ordens a seu pro-