OS MAIAS
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Não me sahiu mau! Aqui ha uma maliciasinha: Abril chegou, sê minha... Mas logo: dizia o vento á rosa. Comprehendes? Calhou bem este effeito. Mas não imagines lá outras cousas, ou que lhe faço a côrte... Basta ser a mulher do Cohen, um amigo, um irmão... E a Rachel, para mim, coitadinha, é como uma irmã... Mas é divina. Aquelles olhos, filho, um velludo liquido!...

Tirou o chapeu, refrescou a fronte vasta. Depois n’outro tom, e como a custo:

— ­Aquelle Ega tem muito talento... Vae lá muito aos Cohens... A Rachel acha-lhe graça...

Carlos parára, estavam defronte do Ramalhete. Alencar deu um olhar á severa frontaria de convento, adormecida, sem um ponto de luz.

— ­Tem bom ar esta vossa casa... Pois entra tu, meu rapaz, que eu vou andando por aqui para a minha toca. E quando quizeres, filho, lá me tens na rua do Carvalho, 52, 3.^o andar. O predio é meu, mas eu occupo o terceiro andar. Comecei por habitar no primeiro, mas tenho ido trepando... A unica cousa mesmo que tenho trepado, meu Carlos, é de andares...

Teve um gesto, como desdenhando essas miserias.

— ­E has de ir lá jantar um dia. Não te posso dar um banquete, mas has de ter uma sopa e um assado... O meu Matheus, um preto, (um amigo!) que me serve ha muito anno, quando ha que cosinhar, sabe cosinhar! Fez muito jantar a teu pae, ao meu pobre Pedro... Que aquillo foi casa de alegria, meu