E note-se que a idéa de que teria de se dobrar um cabo quando se chegasse ao fim da peninsula africana, estava tambem em todos os espiritos, e era a conjectura natural da geographia. As peninsulas, sabia-se bem, terminam geralmente em promontorios. Portanto o empenho de D. João II estava todo concentrado no proseguimento das descobertas africanas. Não podia elle, diz-se, se tinha confiança, como sabemos que tinha, não no projecto do Genovez, mas no seu talento, e nos seus conhecimentos maritimos, confiar-lhe duas caravelas? Não, porque isso era completamente contrario ao seu systema de exploração. As tentativas dos Açorianos e dos Madeirenses, protegia-as o governo, fazendo-lhes larguissimas concessões nas terras que descobrissem, mas não as subsidiava, nem consentia tambem que elles interferissem nas descobertas reservadas para si. As terras concedidas eram-n’o com a condição de não serem nos mares da Guiné.
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