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ancoras, a ancora grande, a segunda ancora, que é a que trabalha, working-anchor, e duas ancoras de amarra. Essas quatro ancoras, atadas por correntes, eram manobradas, segundo as occasiões, pelo grande cabrestante da popa e o pequeno cabrestante da proa. Tendo apenas duas ancoras de amarra, uma a estibordo, outra a bombordo, o navio não podia ancorar em cruz, o que o desarmava quando sopravam certos ventos. Mas neste caso podia usar da segunda ancora. As boias eram normaes, e construidas da maneira a supportar um cabo de ancora, ficando sempre á flôr da agua. A chalupa tinha as dimensões uteis. A novidade do navio é que era, em parte, apparelhado com correntes; o que não lhe diminuia a mobilidade nem a tenção das manobras.

A mastreação, posto que secundaria, não era incorrecta; era facil o manejo dos ovens. As peças de madeira eram solidas, mas grosseiras, pois que o vapor não exige madeiras tão delicadas como exigem as velas. Tinha aquelle navio uma velocidade de duas leguas por hora. Quando pannejava affeiçoava-se bem ao vento. A Galeota de Lethierry supportava bem o mar, mas não tinha boa quilha para dividir o liquido, nem se podia dizer que fosse airosa. Via-se que em occasião de perigo, cachopo ou tromba, não poderia ser bem manobrada. Tinha o ranger de uma cousa informe. Fazia na agua o ruido que fazem as solas novas.

Era navio de commercio e não de guerra, e por isso mais exclusivamente disposto para a arrumação das cargas. Admittia poucos passageiros. O transporte do gado tornava difficil e especial a arrumação