havia um objecto volumoso. Tinha uns fios de palha nas dobras da blusa e pelos olhos via-se que acabava de acordar.
O homem avançou. Olharam-se todos. O homem da blusa tinha um ar turvado e esperto.
— O senhor é o armeiro? disse elle.
O homem que tinha batido respondeu.
— Sim. O senhor é o Parisiense?
— Chamado Peaurouge. Sim.
— Deixe vêr.
— Aqui está.
O homem tirou debaixo da blusa um instrumento; muito raro na Europa naquella época, um revolver.
O revolver era novo e brilhante. Os dous burguezes examinaram-no. O que pareceu conhecer a casa e a quem o homem da blusa chamou armeiro, fez mover o mecanismo. Entregou depois a arma ao outro burguez, que parecia não ser morador na cidade, e que se conservava com as costas voltadas para a luz.
O armeiro perguntou:
— Quanto custa?
O homem da blusa respondeu.
— Venho da America. Ha pessoas que trazem macacos, papagaios, animaes, como se os francezes fossem selvagens. Eu trouxe isto. É uma invenção util.
— Quanto custa? perguntou de novo o armeiro.
— É uma pistola que faz molinete.
— Quanto custa?
— Paf. Primeiro tiro. Paf. Segundo tiro. Paf... é uma saraivada! Isto faz obra.
— Quanto custa?
— Tem seis canos.