ferias, e é o vigario, algum anjo seminarista, algum bocio com azas de pardal, quem dirige os negocios.
O capitão Clubin, que se aproximara, pôz a mão no hombro do parisiense.
— Silencio, disse elle. Cuidado nas palavras. Estamos no mar.
Ninguem mais fallou.
No fim de cinco minutos, o guernesiano, que tudo ouvira, murmurou aos ouvintes.
— É um capitão religioso.
Não chovia e todos estavam molhados. Só se reparava no caminho que o navio descrevia por uma especie de máo-estar. Parecia que se entrava na tristeza. O nevoeiro emmudece o oceano, adormenta a vaga e supita o vento. Naquelle silencio, o rumor da Durande tinha um não sei que de inquieto e lamentoso.
Já se não encontravem navios. Só ao longe, quer do lado de Guernesey, quer do lado de Saint-Malo, alguns navios estavam no mar, fóra do nevoeiro; para esses a Durande, submergida na bruma, não era visivel, e a sua longa fumaça, presa a cousa nenhuma, parecia-lhes um cometa negro no céo branco.
De repente Clubin exclamou:
— Com seiscentos! estás dirigindo mal. Olha que me avarias o barco! Mereces bem que te ponha a ferros. Vai-te, bebado!
E tomou a canna do leme.
O timoneiro humilhado refugiou-se na cordoalha da prôa.
Disse o guernesiano: