No momento em que Gilliatt entrou, acabava elle de fazer a sua narração a mess Lethierry. Era um verdadeiro relatorio. De manhã, tendo cessado a borrasca o acalmado o vento, o patrão do Shealtiel ouvio mugido de bois em pleno mar. Este rumor proprio das campinas, ouvido alli nas vagas, surprendeu o patrão. Descobrio a Durande nos rochedos Douvres. A calma era sufficiente para que elle podesse acercar-se dos rochedos. Chamou o navio á falla. Só lhe respondeu o mugido dos bois que se afogavam no porão. O patrão do Shealtiel estava certo de que não havia ninguem á bordo da Durande. O casco estava completamente preso; e por mais violenta que fosse a borrasca; devia ter passado a noite á bordo. Não era homem de desanimar facilmente. Não estava á bordo, logo estava salvo.
Muitos sloops e lugars de Granville e Saint-Malo, desprendendo-se do nevoeiro, era fóra de duvida que deviam ter costeado as Douvres. Evidentemente algum delles recolheu o capitão Clubin. Devem lembrar-se que a chalupa da Durande estava cheia ao deixar o navio, ia correr perigos, mais um homem poderia fazel-a sossobrar, e foi isso sobretudo o que resolveu Clubin a ficar na Durande: mas, cumprido esse dever, se apparecesse um navio salvador, Clubin, não teria difficuldade de aproveitar-se delle. Deve-se ser heróe, não se deve ser pascacio. Um suicidio seria tanto mais absurdo quanto que Clubin portára-se com dignidade. O culpado era Tangrouille, não Clubin. Tudo isto era consequente; o patrão do Shealtiel