rente possivel desde o meio do mastro até acima; o lugar dos viveres arrombado, os cavaletes da chalupa destruidos, a arvore do leme rôta, os cabos despregados, os pavezes arrasados, as abitas levadas pelo vento, a antena do mesmo modo, o cadaste quebrado. Era a devastação frenetica da tempestade. Quanto ao guindaste do carregamento, preso ao mastro de prôa, já não existia, não havia noticia delle, completamente limpo, levaram-n’o os diabos, com todas as roldanas, polés e correntes. A Durande estava deslocada; a agua começava agora a sargal-a. Dentro de alguns dias nada mais restaria della.
E comtudo a machina, cousa notavel, e que provava a sua perfeição, soffreu pouco com a tempestade. O patrão do Shealtiel affirmava que a manivella não teve avaria grave. Os mastros do navio cederam, mas o cano da machina resistio. Os baluartes de ferro do lugar do com mando estavam apenas torcidos; as caixas das rodas soffreram, mas as rodas pareciam não ter um só raio de menos. A machina estava intacta. Era a convicção do patrão do Shealtiel. O machinista Imbrancam, que estava entre os grupos, partilhava esta convicção. Aquelle negro, mais intelligente que muitos brancos, era o admirador da machina. Levantava os braços abrindo os dez dedos das suas mãos negras, e dizia a Lethierry mudo: meu amo, a machina está viva.
O salvamento de Clubin parecia cousa segura; o casco da Durande estava sacrificado; a conversação dos grupos recahio sobre a machina. Interessavam-se por ella, como se fosse uma pessoa. Todos admiravam o bom procedimento da machina. — Solida