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A porca era muito curva, e prendia a corda tão bem como se fôsse uma mão fechada.

Restava a parte superior da corda. Prender a extremidade de baixo era facil, mas no cimo da columna, no lugar onde a corda encontrava a borda da plataforma, era de esperar que fôsse a pouco e pouco gasta pelo angulo do rochedo.

Gilliatt investigou o montão de destroços que reservara, apanhou alguns pedaços de lona, e alguns fios de carreta achados entre os cabos, e meteu tudo nas algibeiras.

Qualquer marujo advinhava logo que elle ia forrar com a lona e os fios o pedaço da corda na altura do angulo do rochedo, de modo a preveni-lo de qualquer avaria.

Feita a provisão dos trapos, poz as grevas nas pernas, vestio a japona, prendeu ao pescoço a pelle de carneiro, e assim vestido, com essa panoplia completa, agarrou a corda, rubustamente presa ao flanco da grande Douvre, e subio por aquella sombria torre do mar.

Gilliatt, apezar de ter as mãos arranhadas, chegou rapidamente á plataforma.

Os ultimos clarões do poente iam-se apagando. Fazia noite no mar. O alto da Douvre conservava alguma claridade.

Gilliatt aproveitou o resto da claridade para forrar a corda. Applicou-lhe no cotovello que ella fazia no rochedo, uma ligadura de muitos pedaços de vela, fortemente atada em cada pedaço. Era pouco mais ou menos o forro que costumam a pôr nos joelhos aa actrizes para as agonias e supplicas do 5° acto.