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Nenhum abalo na agua, nenhum balanço nas pranchas. Era uma estranha collaboração de todas as forças naturaes dominadas. De um lado a gravitação levava a machina; do outro a maré trazia o barco. A attracção dos astros, que é o flux, e a attracção do globo, que é a gravidade, pareciam harmonisar-se para servir a Gilliatt. A sua subordinação, não tinha hesitação nem parada, e, debaixo da pressão de uma alma, aquellas duas potencias passivas, tornavam-se activos auxiliares. A obra caminhava de minuto a minuto; o intervallo entre a pança e a Duraude diminuia insensivelmente. Fazia-se a aproximação em silencio e com uma especie de terror pelo homem que estava alli. O elemento recebia uma ordem e executava-a.

Quasi no momento em que a maré cessou de subir, os cabos cessaram de correr subitamente, mas sem commoção; as roldanas pararam. A machina, como se fosse collocada á mão assentou-se no fundo da pança. Estava direita, de pé, immovel, solida. A placa que a sustentava apoiava-se com os seus quatro angulos e aprumo no porão.

Estava prompto.

Gilliatt olhou attonito.

A pobre creatura não tinha tido muitas alegrias em sua vida. Sentio o alquebramento de uma immensa felicidade. Dobravam-se-lhe os membros; e diante do seu triumpho, elle que não se perturbara até então, começou a tremer.

Contemplou a pança debaixo do navio e a machina dentro da pança. Parecia não acreditar. Dissera-se que elle não contava com aquillo.