O cadaver estava como que enterrado debaixo de carangueijos mortos. Gilliatt desenterrava-o.
De repente inclinou-se vivamente.
Acabava de vêr á roda da columna vertebral, uma especie de atilho.
Era um cinto de couro, que evidentemente fôra atado ao ventre do homem antes de morrer.
O couro estava cheio de mofo. A fivella estava enferrujada.
Gilliatt puchou o cinto; as vertebras resistiram, e Gilliatt teve de quebral-as, para tirar o cinto. O cinto estava intacto. Começava a formar-se nelle uma crosta de conchas.
Gilliatt apalpou o cinto, e sentio um objecto duro de fórma quadrada no interior. Não era possivel abrir a fivella. Gilliatt cortou o couro com a faca.
O cinto continha uma caixinha de ferro, e algumas moedas de ouro. Gilliatt contou vinte guinéos.
A caixinha era uma velha boceta de marinheiro, abrindo-se por mola. Estava muito enferrujada. A mola completamente oxidada já não funccionava.
A faca veio em auxilio de Gilliatt. Com a ponta da lamina, fez elle pular a tampa da boceta.
A boceta abrio-se.
Só havia papel dentro della.
Um macinho de folhas finas, dobradas em quatro, estava no fundo da boceta. Estavam humidos, mas não alterados. A boceta hermeticamente fechada preservou-as. Gilliatt abrio-as.