seu raio menos horisontal ia-se purpureando. A luz fez-se calor. Cingio Gilliatt.
Gilliatt não se mexia. Se respirava, era uma respiração quasi extincta que mal poderia embaciar um espelho.
O sol continuava a sua ascenção cada vez menos obliqua sobre Gilliatt. O vento que era tepido ao principio, tornou-se callido.
Aquelle corpo rigido e nú continuava sem movimento; entretanto a pelle parecia menos livida.
O sol, acercando-se do zenith, cahia a prumo sobre a plataforma da Douvre. Vertia do alto do céo uma prodigalidade de luz; juntava-se a ella a vasta reverberação do mar tranquillo, o rochedo começava a ficar tepido e aquecia o homem.
O peito de Gilliatt levantou-se com um suspiro.
Vivia.
O sol continuava as suas caricias, quasi ardentes. O vento, que já era o vento do meio dia, e o vento de verão, approximava-se de Gilliatt como uma boca, soprando mollemente.
Gilliatt fez um movimento.
Era inexprimivel a tranquillidade do mar, tinha um murmurio de ama ao pé do filho. As vagas pareciam embalar o escolho.
As aves marinhas que conheciam Gilliatt, voavam inquietas por sobre elle. Já não era o medo selvagem do principio. Era um quê de terno e fraternal. Soltavam pequenos guinchos. Pareciam chamal-o. Uma gaivota que o amava sem duvida, teve a familiaridade de descer para junto delle. Começou a fallar-lhe. Elle não parecia ouvil-a.