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Deruchette não se casa com pessoa alguma, fica para tia. Em primeiro lugar, preciso de ti. Serás piloto da Durande. Se cuidas que vou deixar-te ir assim! Ta, ta, ta, nada, meu amigo, já te não largo. És meu. Nem te quero ouvir. Onde ha um marinheiro como tu? És o meu homem. Mas falla, com os diabos!

O sino tinha accordado a gente da casa e da visinhança. Doce e Graça tinham-se levantado e acabavam de entrar na sala baixa, espantadas, sem dizer palavra. Graça trazia uma vela. Um grupo de vizinhos, burguezes, marinheiros e aldeãos, sabidos á pressa, estava fora no cáes, contemplando com pasmo e susto o cano da Durande na pança.

Alguns, ouvindo a voz de Lethierry na sala baixa, começavam a entrar silenciosamente pela porta entre-aberta. Entre duas caras de comadres, passava a cabeça do Sr. Landoys que por acaso costumava sempre estar presente nos lugares onde sentiria se não estivesse.

As grandes alegrias querem sempre um publico. Agrada-lhes o ponto de apoio um pouco esparso que offerece uma multidão; partem dahi. Mess Lethierry descobrio repentinamente que tinha gente a roda de si. Aceitou logo o auditorio.

— Ah! vocês estão ahi? Que felicidade. Já sabem a noticia. Este homem lá foi e de lá trouxe aquillo. Bom dia, Sr. Landoys. Ainda ha pouco quando accordei vi o cano. Estava debaixo da minha janella. Não falta nem um prego. Fizeram-se gravuras de Napoleão; eu prefiro isto á batalha de Austerlitz. Sabem vocês da cousa. A Durande chegou emquanto