Gilliatt subio.
A maior parte dos degráos já estavam debaixo da agua. Apenas dous ou tres estavam a secco. Gilliatt escalou-os.
Os degráos iam ter á cadeira Gild-Holm’Ur. Chegou á cadeira, contemplou-a por um momento, apoiou a mão nos olhos e fêl-a passar de uma a outra sobrancelha, gesto com que parece que se apaga o passado, depois assentou-se na cava da rocha, com o grande declive por traz de si, e o oceano aos pés.
O Cashmere nesse momento passava pela grande torre arredondada e immersa, defendida por um sargento e um canhão, e que marca na bahia a metade do caminho entre Herm e Saint-Pierre Port.
Nas fendas do rochedo tremiam algumas flôres, por sobre a cabeça de Gilliatt. A agua estava toda azul. O vento era d’Este, havia pouca ressaca á roda de Serk, da qual em Guernesey só se vê a costa Occidental. Via-se ao longe a França como uma bruma e a longa facha amarella de arêas de Casteret. De quando em quando passava uma borboleta branca. As borboletas gostam de passeiar sobre o mar.
Fraca era a brisa. Todo aquelle azul, em baixo e em cima, estava immovel. Nenhuma tremura agitava aquellas serpentes de um azul mais claro ou mais carregado, que marcava na superficie do mar as torções latentes dos baixios.
O Cashmere, pouco impellido pelo vento, içou os cutellos para apanhar alguma brisa. Cobrio-se todo de pannos. Mas o vento era de travez, o effeito dos cutellos obrigava-o a costear de perto Guernesey. Já tinha passado a balisa de Saint-Sampson. Attingia a collina