A nova por mais tempo...
Lelio. Ceſſa Oſmîa
De eſtar ſempre excitando taes chimeras.
Se Rindaco viveſſe, taõ amavel,
Taõ virtuoſa Eſpoſa naõ deixára
Gemer por longo tempo n'amargura.
Oſmîa. Heróe que ouve gemer a Patria inteira,
D'uma Eſpoſa os gemidos mal deſtingue.
Quem ſabe o que medita? em que s'occupa?
E quem ſabe (infeliz!) ſe maniatado
O tens em duros ferros? Ah! s' a tanto
Chega a tua cruêza, naõ me roubes
A gloria de ſoffrer com elle a pena.
Aſſaz te roguei já: fôra já tempo
De deferir a ſúpplica tõ juſta.
Lelio. Naõ, Princeza, eu em ferros naõ detenho
Teu conforte animoſo. Antes ſuſpeito
Que entre os vivos (perdoa) nao exiſte.
Oſmîa. Naõ o creio, Pretor, d'um tal deſaſtre
Os Deoſes Tetulares me preſervaõ.
No fundo d'alma ſinto levantar-ſe
Fiel preſentimento de que he vivo
O meu caro conforte.
Lelio. Pois ſe vive
Fugitivo s'occulta.
Oſmîa Mal encobres
Teus deſignios: Eu vejo em teu ſemblante
Indicioſos ſinaes: Eu...
Lelio. Dentro n'alma
Eſla injuſta arguiçao (ingrata Oſmîa)
Me derrama hum veneno, hum furor move...
Que talvez proveitoſo te naõ ſeja.
Oſmîa. Nada pòde, Pretor, fazer-me eſpanto.
Es Romano? perverſo he bem que ſejas.
Mas ſe Rindaco vive naõ receio,
Que vergonhoſa fuga o tenha occulto: