Oſmîa. E que ſocego,
Que paz encontrar poſſo, ſe dos Fádos
Para eſcarneo naſci? ah! que a fortuna
Com duro pé o coraçaõ me calca.
Eledia. Se a conſtancia chamares em ſoccorro,
A ſorte vencerás.
Oſmîa. Já naõ he tempo
D'emprehender Heroiſmos; naõ he tempo.
Eledia. Logo he certo que ao Mando preferiſte
A vil cadeia, Oſmîa? e que naõ partes?
Queres tu meſma ſer quem do triunfo
Vás a pompa exalçar em teu ludibrio?
Tu Princeza de Póvos, que te adóraõ
N'um tal abatimento? e ſupportallo
Poderaõ eſtes olhos, ſem ventura?
Ah! torna, torna em ti, querida Oſmîa. [1]
De Rindaco inſepulto aos claros manes
Naõ exacerbes mais a dôr extrema.
Tu ſuſpiras [2] tu choras? Sim, quebremos,
Sem demóra, quebremos eſte encanto.
Confunde o vil Pretor, teu nome ſalva.
Oſmîa. [3] Vai-te (cruel!) nem tornes a meus olhos,
Sem que eu meſma to ordene. E que! naõ partes?
Eledia. Inſana! eu te abandono; nem te canſes
Em chamar-me outra vez: debalde fôra.
Paſſar poſſo ſem ti; aſſim tu poſſas,
Sem os bons que deſprezas, ſer contente. [4]