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Antonio da Cunha Vieira de Meirelles. O sr. Antonio d’Azevedo escrevia em prosa sobre a Biblia como livro de educação, e em verso o Nascimento de Christo. Esta poesia vem a pag. 89 e 90. A origem de tão formoso poemeto filia-se por ventura na identidade do dia de nascimento, pois o poeta nasceu a 25 de dezembro de 1842, dezoito seculos e meio (menos oito annos) depois do divino Salvador. Diversificam porém muito as duas edições de 1865 e 1885, como se póde ver e cotejar perante os dois livros. Nós extractamos este fragmento do Jornal da Manhã de 12 de outubro de 1885 (n.o 270, anno 14.o).

No congresso juridico de 1889, que neste anno, se celebrou em Lisboa, o sr. A. Castello Branco distinguiu-se muito por um excellente livro relativo ao assumpto das penitenciarias e pelos seus discursos.


Antonio Diniz da Cruz e Silva (XXXIII). Conhecemos todos este insigne poeta, o famoso Elpino Nonacriense. O Hyssope e as Odes Pindaricas formaram o pedestal da sua fama; outras muitas poesias testemunham a fecundidade do seu ingenho. Este varão erudito fundou a Arcadia Lusitana em 11 de março de 1756 conjunctamente com Theotonio Gomes de Carvalho (Tirse Minteu) e Manuel Nicolau Esteves Negrão (Almeno Sincero). A estes se associaram, entre outros, Pedro Antonio Correia Garção (Corydon Erymantheo), Domingos dos Reis Quita (Alcino Micenio), Manuel de Figueiredo (Lycidas Cynthio), Manuel Pereira de Faria (Sylvio Aquacelano), Francisco José Freire (Candido Lusitano), e outros que omittimos por brevidade, pois é longa a lista. Além d’isso, se não ha duvida em certos nomes bem averiguados, ha outros que se não combinam na citação arcadica ou que se reputam extranhos a esta associação. A primeira conferencia solemne teve logar no dia 19 de julho de 1757. O local onde se celebravam as sessões denominava-se Monte Menalo, e no sello da secretaria lia-se insculpida a inscripção: Sigillum Moenali Pastorum. Os arcades, designados como alumnos, escolhiam cada um para si nome e sobrenome de pastor, adequados para esta ficção e pelos quaes eram conhecidos e nomeados em todos os exercicios e funcções da Arcadia. A divisa ou empreza consistia num meio braço, armado d’um podão, com o lettreiro: Inutilia truncat. O emblema