Pastoral aos crentes do amor e da morte
41
- V
CYSNES BRANCOS
O’ cysnes brancos, cysnes brancos,
Porque viestes, se era tão tarde?
O sol não beija mais os flancos
Da montanha onde morre a tarde.
O’ cysnes brancos, dolorida,
Minh’alma sente dores novas.
Cheguei á terra promettida:
E’ um deserto cheio de covas.
Voae para outras risonhas plagas,
Cysnes brancos! Sêde felizes...
Deixae-me só com as minhas chagas,
E só com as minhas cicatrizes.
Venham as aves agoireiras,
De risada que esfria os ossos...
Minh’alma, cheia de caveiras,
Está branca de padre-nossos.